Gemini VI-A
Gemini VI-A | |||||||
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Informações da missão | |||||||
Operadora | NASA | ||||||
Foguete | Titan II GLV 62-12561 | ||||||
Espaçonave | Gemini SC6 | ||||||
Astronautas | Walter Schirra Thomas Stafford | ||||||
Base de lançamento | Complexo 19, Estação da Força Aérea de Cabo Kennedy | ||||||
Lançamento | 15 de dezembro de 1965 13h37min26s UTC Cabo Kennedy, Flórida, Estados Unidos | ||||||
Amerrissagem | 16 de dezembro de 1965 15h28min50s UTC Oceano Atlântico | ||||||
Órbitas | 16 | ||||||
Duração | 1 dia, 1 hora, 51 minutos 25 segundos | ||||||
Altitude orbital | 274 quilômetros | ||||||
Inclinação orbital | 28,9 graus | ||||||
Distância percorrida | 694 415 quilômetros | ||||||
Imagem da tripulação | |||||||
Stafford e Schirra | |||||||
Navegação | |||||||
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Gemini VI-A foi o quinto voo tripulado do Projeto Gemini, realizado em dezembro de 1965 e o primeiro a realizar um encontro espacial com outra nave. A missão, apesar do número, foi lançada onze dias após a Gemini VII, devido a atrasos provocado pela explosão de um foguete-alvo Agena, pouco após o lançamento de Cabo Canaveral. O encontro em órbita ocorreu entre as duas naves.
Tripulação
[editar | editar código-fonte]Principal
[editar | editar código-fonte]Posição | Astronauta |
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Piloto Comandante | Walter M. Schirra Jr. |
Piloto | Thomas P. Stafford |
Reserva
[editar | editar código-fonte]Posição | Astronauta |
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Piloto Comandante | Virgil I. "Gus" Grissom |
Piloto | John W. Young |
Missão
[editar | editar código-fonte]Originalmente, a missão Gemini VI seria realizada para um encontro em órbita com um foguete Agena, a ser lançado de Cabo Canaveral alguns dias antes do lançamento da missão. Entretanto, como o foguete explodiu no ar seis minutos após seu lançamento, a missão VI foi cancelada pela NASA. Reavaliando a situação, a agência então resolveu seus objetivos, fazendo um encontro não entre uma Gemini e um foguete, mas entre duas naves Gemini, parra testar a maleabilidade destas naves no espaço.
A nova missão foi rebatizada como Gemini VI-A e lançada poucos dias após a já programada Gemini VII, com os astronautas James Lovell - futuro comandante da Apollo 13 - e Frank Borman - futuro comandante da Apollo 8. Usando da ajuda de um computador e de sua própria pilotagem, o comandante Schirra conseguiu um encontro espacial com a VII 15 de dezembro, voando alinhada a poucos metros dela. Estando em voo alinhado, as duas naves voaram em volta uma da outra e mantiveram formação no espaço - chegaram a cerca de 35 cm uma da outra - sem se tocarem, por cinco horas no total.
Encontro no espaço
[editar | editar código-fonte]Após o lançamento - segundo da nave, o primeiro falhou na plataforma dias antes porque os motores do foguete lançador não funcionaram[1] - a Gemini VI-A entrou em órbita, variando numa distância entre 161 e 259 km de altura. O plano de voo era de que o encontro acontecesse na quarta órbita da nave. A primeira ignição de motores, para colocá-la no encalço da Gemini VII - já em órbita há alguns dias - foi feita 1h34m após o lançamento, aumentando sua velocidade para 5 m/s ; estando numa órbita mais baixa, eles encurtavam rapidamente a distância para a Gemini VII, e a ignição os levou até 1 175 km atrás dela. Com 2h18m de vôo, uma segunda ignição os colocou na mesma inclinação orbital da VII e a 483 km de distância.
O radar da Gemini VI-A fez contato com a VII com 3h15m de voo e a 434 km de distância. A medida que encurtavam lentamente a distância, Schirra colocou o computador da nave em modo de encontro (rendez-vouz). Com 5h04m no espaço, ele avistou um ponto brilhante no 'céu' negro que imaginou fosse a estrela Sirius. Era a Gemini VII, a olho nu.
Após mais algumas pequenas queimas de motores controlando a aproximação, a nave de Schirra chegou a 40 m da Gemini VII, e fez várias voltas em torno dela. Nas próximas 4h30m, as duas espaçonaves realizaram manobras que as colocaram em distâncias entre 30 cm e 90 m, em contato permanente pelo rádio. Durante certo momentos encontraram-se tão perfeitamente alinhadas que voaram juntas sem necessidade de acionar seus foguetes de manobra.
À medida que o período de repouso obrigatório das tripulações se aproximava, a VI-A fez algumas manobras de separação que a estabilizaram a 16 km da VII, distância considerada segura pelo controle da missão com relação a alguma colisão acidental.
Mas Walter Schirra ainda tinha uma surpresa para os tripulantes da Gemini VII e para os demais envolvidos no voo em Terra. Pouco antes das tripulações adormecerem, o rádio da Gemini VII crepitou com a voz dele:
"Gemini VII aqui é a Gemini VI. Nós vemos um objeto, parece um satélite movendo-se em direção norte-sul, provavelmente em órbita polar. Ao que parece fará a reentrada em breve... aguardem um instante... deixe-me observá-lo.... eu vejo um módulo de comando e outros oito pequenos módulos a frente dele... o piloto do módulo de comando está usando uma roupa vermelha.."[2]
Então a música de Natal Jingle Bells começou a ser ouvida pelo rádio tocada por uma harmônica, junto ao som de pequenos sinos. O Instituto Smithsonian afirma que este foi o primeiro instrumento musical tocado no espaço, e mantém a pequena harmônica em exposição no seu acervo.[3]
Reentrada
[editar | editar código-fonte]A Gemini fez sua reentrada na atmosfera no dia seguinte, aterrissando a apenas 18 km do ponto planejado, o mais preciso de todos os pousos até então. Foi também o primeiro pouso de uma missão espacial transmitido ao vivo, por satélite, pela televisão. A cápsula e a tripulação foram recolhidas pelo porta-aviões USS Wasp.
Referências
- ↑ Gene Kranz (2000). Failure is not an option. [S.l.]: Simon & Schuster. p. 165. ISBN 0-7432-0079-9
- ↑ On The Shoulders of Titans: A History of Project Gemini
- ↑ Smithsonian magazine, dezembro 2005
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Gemini Project» (em inglês)
- «Gemini 6 Mission Report (PDF) - October 1965 cancelled mission» (PDF) (em inglês)
- «On The Shoulders of Titans: A History of Project Gemini» (em inglês)